A Agenda Acima da Anistia: Reflexões sobre a Militância e o Risco Democrático
Os recentes atos realizados por militantes de esquerda, sindicatos e partidos polÃticos em diversas capitais do paÃs, protestando contra a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e o Projeto de Lei da Dosimetria (que visa reduzir o tempo de prisão de condenados), trouxeram à tona questões profundas sobre o estado da militância, a polarização ideológica e a fragilidade democrática no Brasil.
O Espelho da Ignorância: De Anistia a Anestesia
Um dos pontos mais notáveis e preocupantes dessas manifestações foi a flagrante falta de conhecimento de alguns participantes, capturada em entrevistas de rua, onde se ouvia o grito "sem anestesia" em vez de "sem anistia". Essa confusão entre termos essenciais não é vista apenas como um erro pontual, mas como um reflexo de uma "sociedade emborrecida".
A decadência do nÃvel de ensino e educação no Brasil, evidenciada pelos resultados ruins na avaliação PISA, é citada como um fator chave para essa ignorância. Somado a isso, o papel de uma parcela da imprensa, que teria se tornado uma "assessoria de relações públicas" de um consórcio polÃtico-judicial, contribuindo para a desinformação em massa, agrava o problema. A ironia é que, ao confundir anistia com anestesia, os manifestantes estariam, metaforicamente, revelando seu próprio estado: completamente "anestesiados" e desconectados da realidade e do significado de suas próprias pautas.
O Protagonismo do Estado e o Foco na Eliminação do Adversário
As manifestações também evidenciaram uma profunda diferença filosófica entre a esquerda e a direita. Enquanto a direita coloca a autonomia individual como regra, variando entre liberais e conservadores, a esquerda prioriza o Estado como protagonista, buscando o controle dos indivÃduos.
Neste espectro da esquerda, o que realmente importa é a agenda. A agenda atual, segundo a análise, é a eliminação do adversário polÃtico—a eliminação da direita. Essa prioridade implica que a agenda se sobrepõe ao próprio Estado de Direito e à autonomia individual. Não importa se há arbitrariedades, se pessoas inocentes estão presas, ou se há necessidades humanas básicas (como remédios para idosos); o objetivo de tirar as lideranças da direita do jogo polÃtico justifica esses meios.
Essa priorização da agenda torna o uso de slogans como "Congresso Inimigo do Povo" particularmente contraditório, uma vez que o Congresso Nacional é a representação eleita pelo próprio povo. A crÃtica aponta que a esquerda distorce o significado de palavras como democracia, soberania e congresso ao tratar seus opositores como inimigos.
O Papel dos Artistas e a Hipocrisia Financeira
A mobilização da esquerda frequentemente se utiliza de artistas para turbinar seus atos. No entanto, a participação dessa elite é questionada não apenas por sua ignorância ou má-fé, mas por uma motivação financeira.
Muitos desses artistas têm suas carreiras remuneradas ou subsidiadas pelo estado, buscando constantemente o financiamento através do bolso dos pagadores de impostos. Recentemente, houve apelos de artistas para que o Congresso mantivesse um imposto no PL do streaming, direcionando dinheiro para a produção nacional, reforçando a dependência do financiamento estatal para o seu nicho profissional. A participação nesses atos é vista como uma forma de manter a "boquinha" e perpetuar a relação de mão dupla com o poder estatal, apoiando a agenda em troca de subsÃdios.
Existe também uma crÃtica à hipocrisia polÃtica: artistas tradicionalmente posicionados contra a censura agora apoiam um regime que a pratica ativamente em nome da democracia. Além disso, eles se alinham a polÃticos que apoiam ditaduras como a da Venezuela, cujos lÃderes de oposição são perseguidos.
O Autoritarismo e a Perda da Democracia
A reflexão mais grave levantada é a de que, ao focar cegamente na agenda, os militantes radicais estão jogando a democracia fora. A democracia, assim como a liberdade, não é algo que pode ser tomado como garantido; ela está "a uma geração de distância de ser perdida".
A discussão sobre o "gênio voltando para a lâmpada" serve como um alerta: o autoritarismo, uma vez liberado, não retorna por livre e espontânea vontade. A existência de freios e contrapesos e regras constitucionais é vital para impedir que o cumprimento da lei fique à mercê da vontade de alguém. Quando a agenda polÃtica passa por cima da lei e das liberdades, há o risco de que o autoritarismo se torne irreversÃvel, ceifando vidas e liberdades em prol de um objetivo polÃtico momentâneo.

