Liberdade Financeira Depois dos 40: A Jornada de Investimento de Bruno Om
Muitas pessoas acreditam que iniciar a jornada de investimentos e buscar a liberdade financeira depois dos 40 ou 50 anos é tarde demais. No entanto, Bruno Om, do canal "Poder dos Dividendos", prova que essa percepção está equivocada, compartilhando sua própria experiência e demonstrando que é absolutamente possível mudar de vida investindo mesmo após essa idade.
A Motivação e o Problema do INSS
A decisão de Bruno de começar a investir, aos 40 anos, em 2017, foi motivada por uma reflexão sobre sua aposentadoria, feita entre 2015 e 2016. Ele percebeu que o sistema do INSS já era, àquela altura, noticiado como falido e havia uma ameaça constante de que os aposentados no Brasil enfrentariam problemas. Preocupado em não receber o pagamento pelo tempo trabalhado com regularidade e com a possibilidade de se aposentar mais tarde e receber menos, Bruno sentiu a necessidade de criar um plano financeiro robusto.
O Plano Inicial e a Aceleração da Liberdade Financeira
O plano de Bruno era simples, mas ambicioso: ter recurso financeiro suficiente para cobrir seu orçamento mensal apenas com o rendimento de investimentos, caso a aposentadoria via INSS não se concretizasse ou fosse insuficiente. Ele iniciou seu planejamento com um aporte mensal de R$ 500, realizando cálculos para se aposentar em 19 anos, ainda em uma idade em que ele e sua esposa pudessem desfrutar da vida, pagar um plano de saúde e ter lazer.
Embora o plano inicial previsse 19 anos, Bruno alcançou seu objetivo de ter patrimônio para pagar todas as suas contas apenas com rendimentos em um tempo muito mais curto: aproximadamente 6 anos. Ele atribui essa aceleração a diversos fatores:
Reinvestimento dos rendimentos: Cada valor que caía na conta era reinvestido, o que potencializa o crescimento do patrimônio.
Motivação e busca por oportunidades: O crescimento do patrimônio e a percepção de que os estudos e cálculos se concretizavam, motivaram não só a ele, mas também à esposa, aumentando a "sede por encontrar oportunidades" e poupar mais.
Efeito dos próprios investimentos: Com o tempo, o processo de acumulação se torna muito mais rápido, como ele exemplifica: "se você leva um ano para fazer 5.000 você não vai levar 10 anos para fazer 50.000, pelo contrário, vai ser muito mais rápido".
Simplicidade da vida: Quanto mais simples é a sua vida, menos dinheiro você precisa acumular para que o rendimento cubra suas despesas.
Começando a Investir: Da Insegurança à Confiança
Apesar de ter estudado e pesquisado bastante, Bruno sentiu uma insegurança inicial. Seu primeiro investimento em 2017 foi de R$ 500 no Tesouro Direto, enviado para uma corretora (Easynvest, que hoje é Nubank). O objetivo era testar o processo: enviar o dinheiro, investir, e depois sacar para entender os prazos e verificar se o dinheiro realmente caía na conta.
Bruno explica que uma corretora é uma ferramenta para negociar produtos financeiros, e hoje existem diversas opções, inclusive com corretagem grátis. Escolher uma corretora não é um "Bicho de Sete Cabeças", e a pesquisa online pode apresentar várias alternativas seguras.
A Transição para a Renda Variável: Um Perfil Mais Agressivo
Mesmo começando tarde aos 40 anos, o que ele não considera tarde para ninguém, Bruno queria acelerar o processo para se aposentar aos 55, não aos 70. Para isso, ele decidiu adotar um perfil de investimento mais arriscado, migrando sua carteira da aposentadoria para ser exclusivamente de renda variável.
Com base em seus estudos e sua confiança no funcionamento do mercado financeiro, ele investiu em:
Fundos Imobiliários (FIIs)
Ações de empresas brasileiras
Ações de empresas americanas
Essa abordagem reflete o conceito de diversificação, onde os recursos financeiros são distribuídos em vários negócios diferentes, o que é mais seguro do que depender de apenas um. Para Bruno, a literatura e sua experiência indicam que a renda variável é mais adequada para projetos de longo prazo (maior que 5 anos). Ele também mantém uma pequena reserva de emergência separada de sua carteira principal.
Renda Variável vs. Renda Fixa para a Aposentadoria
Bruno considera a renda variável indispensável para quem tem pouco dinheiro e quer abreviar a jornada de aposentadoria. Ele argumenta que, embora a renda fixa seja um excelente ponto de partida para iniciantes, para quem busca acelerar o processo, a renda variável, por ter mais risco, oferece um retorno maior.
Ele faz um contraste:
Jovens ou pessoas com alto aporte mensal: Podem ter uma boa parte em renda fixa, pois o tempo é um grande facilitador, ou o volume do aporte é muito significativo, acelerando o acúmulo de patrimônio.
Pessoas como ele, que começaram mais tarde (aos 40 anos) e com aportes menores (R$ 500/mês): A necessidade de abreviar o tempo justifica a escolha pela renda variável, que oferece um caminho mais rápido para alcançar as metas.
Seu perfil otimista e o entendimento de que a queda de uma ação de qualidade é uma oportunidade para comprar mais barato ("Caiu um pouquinho, vou comprar mais um pouquinho, pô, tá mais barato!") contribuíram para o sucesso de sua estratégia agressiva.
Conclusão
A trajetória de Bruno Om é um testemunho de que nunca é tarde para começar a investir e buscar a liberdade financeira. Com planejamento, estudo, disciplina nos aportes e a escolha de uma estratégia alinhada aos seus objetivos e perfil de risco, é possível alcançar metas financeiras de forma antecipada e desfrutar de uma vida mais tranquila, com o rendimento dos investimentos cobrindo as despesas.
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