Artigo para Reflexão: Fé, Responsabilidade e o Conflito Inerente ao Cristianismo
O conteúdo apresentado nas discussões aborda temas complexos da teologia e da sociologia sob uma ótica cristã rigorosa, levantando questões sobre responsabilidade individual, a natureza do pecado, o papel do homem e da mulher, e o paradoxo da prosperidade gerada pela fé.
A Questão da Iniquidade e o Impacto na Posteridade
Um ponto central de reflexão é o conflito aparente entre a afirmação bíblica de que "O filho não levará a iniquidade do pai nem o pai levará a iniquidade do filho" (Ezequiel 18:20) e a doutrina do Pecado Original, que sugere que a humanidade carrega o pecado de Adão.
A perspectiva apresentada argumenta que essa herança não é uma transmissão de pecado, mas sim o entendimento de que "todas as nossas decisões têm impactos que afetam a posteridade". Assim como as decisões de um indivíduo afetam veementemente sua família e sua posteridade, o ato de Adão e Eva teve consequências duradouras. O grande problema recai sobre Adão, a quem foi dada a ordem de "cultive e guarde o jardim". A missão de guardar (vigilância, em hebraico) não foi cumprida, permitindo que Eva conversasse sozinha com o inimigo.
A queda ocorreu quando a humanidade buscou para si a "fonte da moralidade", aceitando a proposta de ser como Deus, conhecedor do bem e do mal. Isso implica em trazer para si a ideia de que "Se você deseja, se você quer, se você acha bom vá adiante e faça", como se os desejos e vontades fossem suficientes para determinar a moralidade.
Interessantemente, a discussão aborda o conceito da maldição. Enquanto alguns veem a queda como a transmissão de um pecado original, o raciocínio sugere que a humanidade foi afastada da presença de Deus por buscar a fonte da moralidade. A maldição de Deus, inicialmente direcionada ao homem, foi desviada para cair sobre a terra, um desvio que aponta para o sacrifício de Jesus Cristo, que se fez "maldito em nosso lugar" para receber a maldição que cabia à humanidade.
O Poder Destrutivo do Pecado e a Sedução
O pecado é descrito não apenas como uma escolha, mas como algo que "exerce um poder" sobre a pessoa, referindo-se ao indivíduo como "escravo do pecado". Quanto mais se cede ao pecado, mais difícil se torna a libertação.
No contexto da sedução e do adultério, a Bíblia orienta que o homem deve fugir da sedução da mulher, em vez de enfrentá-la, pois a Escritura indica que ele "não suportará se você não fugir". O adultério, em geral, começa gradativamente com pequenas concessões, como caronas ou respostas a mensagens. A orientação de fugir da sedução contrasta com a ordem de enfrentar Satanás e os problemas do mundo.
Cristianismo, Prosperidade e Contracultura
O cristianismo é apresentado como a visão de mundo mais tolerante que existe, baseada no convencimento e não na força. A tolerância, a diversidade e a democracia florescem predominantemente em países de matriz cristã, evidenciado, por exemplo, pela existência de passeatas gay. O cristianismo defende a liberdade para o homem escolher e arcar com as consequências de suas escolhas.
Historicamente, o cristianismo trouxe prosperidade e educou o norte da Europa, incluindo os países nórdicos. No entanto, esta prosperidade cria um paradoxo: ao gerar facilidade na sociedade, torna-se cada vez mais difícil ser cristão. O cristianismo "nunca é abandonado por não dar certo, ele é abandonado porque é difícil de seguir".
Portanto, o cristianismo está intrinsecamente "contra o mundo". A verdadeira fé exige que o indivíduo nade contra a correnteza, e se uma pessoa não sofre algum tipo de perseguição por causa de sua fé, ela deve "reavaliar a sua saúde espiritual". Criar "facilidades" dentro da igreja (como cessar a obrigatoriedade de decorar e recitar versos bíblicos por vergonha) é um caminho que afasta os jovens e enfraquece a fé.
A Luta Contra os Movimentos Modernos
O discurso traça uma linha de conexão entre diversos movimentos sociais, classificando-os como de "índole satânica" ou "galhos do mesmo movimento".
- Antinatalismo: É visto como um movimento de índole satânica por criar "igrejas, e não famílias". Ter filhos é a melhor oportunidade para propagar a palavra de Deus para a próxima geração, e famílias com poucos filhos são mais frágeis.
- Veganismo: É a "porta de entrada para ecologia profunda", que é a antessala do paganismo. Este movimento faz com que as pessoas enalteçam a criação no lugar do Criador, levando à idolatria (como bater palma para o sol). O veganismo, por sua vez, está ligado ao antinatalismo, antipatriarcalismo e feminismo.
- Feminismo e a Efeminização do Homem: O feminismo (junto com antipatriarcalismo, LGBTismo, negrismo e indigenismo) é considerado um "horror" que destrói o homem e a mulher. A "efeminização do homem" é um movimento terrível que impede o homem de assumir a responsabilidade de liderança na família.
A Bíblia estabelece uma postura específica para o homem cristão no casamento, citando Efésios 5:25, onde o marido deve amar a esposa como Cristo amou a igreja e se entregou por ela. O critério para o casamento cristão é que o marido seja "capaz de morrer pela igreja" (ou seja, pela esposa). Homens frágeis (como aqueles que fazem uso de maquiagens ou que se comportam como "parceirinhas de ovo") não estão preparados para exercer essa liderança. É vital criar homens fortes porque "homens fortes, famílias fortes, igrejas fortes, sociedades fortes".
O Estudo da Bíblia e a Persistência
A Bíblia é um livro complexo e histórico, e o seu estudo é fundamental para o desenvolvimento intelectual, com a garantia de que, se estudada a fundo, o indivíduo será "mais inteligente que a média".
Apesar de ser a visão de mundo mais perseguida, o cristão fundamentalista morre por Cristo, mas não mata por Cristo. A Bíblia é proibida em quase 50 países, e cristãos continuam a ser mortos e torturados por sua fé, sendo este um testemunho da persistência e da verdade.
Analogia Final: O cristianismo, conforme descrito nas fontes, opera como um navio à vela navegando contra um vento forte. O mundo tenta empurrá-lo para a facilidade e o desejo próprio (a fonte da moralidade), mas o curso correto exige que a tripulação (os cristãos) esteja vigilante, forte e pronta para resistir à correnteza. A prosperidade que o navio gera pode, ironicamente, levar alguns a desejar abandonar o esforço e procurar praias mais fáceis, esquecendo que o verdadeiro propósito é a jornada e o destino eterno.