Como se blindar das pessoas l Conectando com a Inteligência

 


Artigo para Reflexão: Como se Blindar das Pessoas e Gerir Suas Emoções

No episódio "Como se blindar das pessoas | Conectando com a Inteligência #218", Cleiton Pinheiro, acompanhado por sua equipe, aborda um dos maiores desafios da vida: lidar com outras pessoas. O apresentador enfatiza que o primeiro passo é aprender a lidar com as próprias emoções para, então, conseguir gerir as emoções alheias. Este artigo se propõe a refletir sobre as estratégias apresentadas para nos protegermos e avançarmos em nossa jornada pessoal.

O Poder do Básico e a Gestão Emocional

Cleiton Pinheiro introduz seu novo livro, "Poder do Básico", destacando que a simplicidade de hábitos pode transformar vidas. O livro explora erros básicos na vida espiritual, pessoal e conjugal que, muitas vezes, passam despercebidos, mas geram um grande impacto negativo, inclusive conflitos com pessoas. Para o autor, dominar o básico é essencial para alcançar o extraordinário. A falta de autoconhecimento, por exemplo, pode levar a conflitos e desestabilização, pois, sem identificar como nos sentimos, somos facilmente influenciados por interações negativas.

Foco no Negativo: Um Obstáculo para a Blindagem

Uma das reflexões mais profundas do episódio reside na tendência humana de focar no negativo. Cleiton questiona se estamos mais concentrados no "barulho que o diabo faz" ou no "sussurro de Deus". A maioria das pessoas, lamentavelmente, tende a focar mais no barulho negativo, pois o que é ruim atrai a atenção devido a questões internas e medos. Uma única crítica pode ter um peso maior do que dez elogios, paralisando e impedindo o avanço. O medo e a insegurança são sinais de que estamos mais conectados às vozes negativas que nos desqualificam, em vez do encorajamento divino. A energia gasta no negativo poderia ser direcionada para o positivo, mas muitas pessoas até encontram um prazer inconsciente em sofrer e reclamar, o que perpetua um ciclo de atração de coisas negativas.

Acolhendo o Medo e a Superação

Cleiton compartilha que o medo é um sentimento natural, inclusive para ele, e a chave não é negá-lo, mas sim acolhê-lo e, ainda assim, avançar. O medo pode paralisar de diversas formas, levando à procrastinação, ansiedade e à criação de "histórias" para justificar a inação. No entanto, a lembrança de promessas e conquistas passadas serve como um motor para continuar. A verdadeira questão não é a ausência de medo, mas a ação apesar dele, confiando em um propósito maior. A Bíblia afirma que "o verdadeiro amor lança fora todo medo", sugerindo que uma intimidade mais profunda com o divino pode ser o antídoto.

Três Pontos Essenciais para se Blindar das Pessoas:

  1. O Tempo como Moeda Valiosa e Seletividade ao Compartilhar Projetos e Sonhos:

    • Confiança seletiva: Cleiton aconselha que o tempo é o melhor revelador do caráter das pessoas. Ele adota a postura de confiar até que a pessoa prove o contrário, mas com a ressalva de compartilhar apenas informações que não trarão prejuízo caso sejam vazadas.
    • Não compartilhe com quem não contribui: A primeira e mais crucial dica é não compartilhar projetos, ideias e sonhos com pessoas que não contribuirão para sua realização. Compartilhar com as pessoas erradas pode gerar frustração, inveja, cópia e desmotivação. É fundamental discernir quem pode realmente ajudar e direcionar a comunicação apenas para essas pessoas.
    • Conselhos de pais e mentores: Cleiton Pinheiro também esclarece que os pais podem oferecer conselhos valiosos até certo ponto, com base em suas experiências. No entanto, para áreas que eles não percorreram, é preciso buscar mentores e conselheiros que já alcançaram os objetivos almejados. A preocupação natural dos pais pode, por vezes, atuar como um bloqueio ao crescimento dos filhos.
  2. Não Espere que as Pessoas Façam por Você o que Você Fez por Elas:

    • Semeando sem esperar retorno: Cleiton explica que na vida estamos sempre semeando e colhendo. Ao ajudar alguém, a motivação deve ser genuína e não a expectativa de retribuição. Fazer o bem com a intenção de ser elogiado ou reconhecido por homens leva à frustração quando o retorno não vem. A verdadeira recompensa virá de Deus, que enviará ajuda por outros meios quando for preciso, pois colhemos o que plantamos. A intenção do coração é tudo, e Deus conhece nossas verdadeiras motivações.
  3. Não Mude Sua Essência por Causa das Ações de Outros:

    • Mantenha seu coração limpo: Se alguém te feriu, decepcionou ou traiu, isso não deve ser motivo para deixar de ajudar outras pessoas ou mudar sua essência. O erro foi da outra pessoa, não seu. A mágoa e o ressentimento anulam todo o bem feito.
    • O "gatilho da injustiça" e a vitimização: Cleiton Pinheiro admite ter o "gatilho da injustiça", que o leva a se preocupar em não ser injusto com sua equipe, devido a experiências passadas onde se sentiu injustiçado. Contudo, ele pondera que muitas vezes a percepção de injustiça pode ser uma leitura errada da situação, e que o ser humano tem uma tendência a se fazer de vítima para fugir da responsabilidade e culpar os outros. Assumir responsabilidade e buscar melhoria pessoal é o caminho para o avanço.

Lidando com Pessoas Tóxicas

A interação com pessoas tóxicas requer um posicionamento estratégico. O momento adequado para se posicionar é quando a toxicidade delas começa a te prejudicar pessoalmente. Em situações onde a pessoa tóxica está desequilibrada, o silêncio pode ser a melhor resposta inicial, seguido por uma conversa prudente e assertiva quando a situação se acalmar. A chave é estabelecer limites claros quando a ação do outro começa a afetar negativamente a sua vida.

Conclusão

Blindar-se das pessoas não significa isolamento, mas sim um exercício contínuo de autoconhecimento, gestão emocional e discernimento. Envolve escolher com quem compartilhar nossos sonhos, fazer o bem sem esperar retribuição e proteger nossa essência de feridas externas. Ao focar no positivo, acolher o medo e assumir a responsabilidade por nossa jornada, podemos construir uma vida mais protegida e alinhada com nossos propósitos, independentemente dos desafios interpessoais.