Zuckerberg Não Vai Gostar Dessa: Abin Testa Aplicativo Próprio de Mensagens para o Governo Federal
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está desenvolvendo um aplicativo de mensagens interno para a administração federal, com o objetivo de substituir plataformas como WhatsApp, Telegram e Signal em comunicações oficiais. A iniciativa promete maior segurança e controle sobre as trocas de informações sensíveis, mas também pode desagradar gigantes da tecnologia, como o Meta, de Mark Zuckerberg, que dominam o mercado de mensageria.
Um Projeto que Já Existia, Mas Ganha Novo Fôlego
A ideia de um mensageiro próprio do governo não é inédita. Durante o governo Bolsonaro, a Abin chegou a lançar o Athena, um aplicativo similar, mas o projeto foi abandonado. Agora, a agência retoma a iniciativa com um novo app, ainda sem nome definido, que inicialmente seria restrito ao Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). No entanto, a proposta foi ampliada e deve ser disponibilizada para toda a máquina federal.
Segurança e Soberania Digital
O aplicativo promete oferecer recursos semelhantes aos mensageiros tradicionais, como:
- Chats individuais e em grupo
- Chamadas de voz e vídeo
- Envio de arquivos
- Criptografia desenvolvida pela Abin
A grande diferença está na infraestrutura: os servidores ficarão no Brasil, sob controle do governo, reduzindo a dependência de empresas estrangeiras e minimizando riscos de vazamentos.
Por Que o Governo Quer Seu Próprio App?
Dois motivos principais justificam a mudança:
1. Risco de Vazamentos: Casos como o vazamento de conversas de autoridades no Telegram e as polêmicas envolvendo o WhatsApp nos últimos anos mostraram que plataformas privadas podem ser alvos de hackers ou até mesmo de governos estrangeiros.
2. Dependência Tecnológica: O Brasil ainda não tem um sistema soberano de comunicação digital para alto escalão. Com um app próprio, o governo busca maior autonomia em relação a empresas como Meta (WhatsApp, Instagram), Telegram e Signal.
Desafios e Possíveis Resistências
Apesar da proposta ambiciosa, a implementação enfrentará obstáculos:
- Adesão dos servidores: Funcionários públicos já estão acostumados com WhatsApp e Telegram. Migrar para uma nova plataforma exigirá treinamento e convencimento.
- Segurança real: A criptografia desenvolvida pela Abin será realmente inviolável? Especialistas em TI podem questionar a eficácia de um sistema fechado.
- Custos: Manter servidores locais e desenvolver tecnologia própria exige investimento contínuo.
Conclusão: Um Passo Rumo à Autonomia Digital?
Se bem-sucedido, o novo app da Abin pode marcar um avanço na soberania digital do Brasil, reduzindo a exposição de dados sensíveis a empresas e governos estrangeiros. No entanto, o projeto precisará superar desafios técnicos e culturais para se consolidar.
Enquanto isso, Zuckerberg e outras big techs podem, de fato, não gostar nada dessa história.