Jackie Chan, relembrando seu encontro com o maior dragão de todos os tempos

 


“Meu primeiro encontro profissional com Bruce Lee aconteceu durante as filmagens de Operação Dragão. Eu era dublê de um ator japonês, escalado para levar chutes e fazer quedas precisas. Bruce me acertou seis chutes seguidos… Boom, boom, boom! Quando terminou, veio até mim visivelmente preocupado:
‘Você está bem?’
Respondi que sim. Nós, dublês, sempre dizemos que estamos bem… mesmo quando não estamos.

No take seguinte, Bruce me viu de longe, apontou para mim e, com um gesto, me chamou. Disse que tinha gostado do meu ritmo, da minha sincronia. Quando precisaram de alguém para uma luta noturna, ele mesmo me escolheu. Eu usaria dois bastões numa sequência intensa.

No ensaio, seu golpe foi suave; caí exatamente como combinado. Mas na filmagem… o impacto foi real. Ele me acertou no rosto. Caí no chão. Ao grito de ‘Corte!’, levantei como se nada tivesse acontecido – estamos acostumados com isso. Mas ver Bruce correndo na minha direção, preocupado, pedindo desculpas… foi aí que a dor realmente bateu.”

“Dias depois, encontrei-o no Peninsula Hotel. Ele me acenou com um simples ‘Ei, você’, ainda sem saber meu nome. Perguntou o que eu faria naquela noite. Respondi que ia jogar boliche, e ele pediu para ir junto. Passamos um bom tempo lá. Bruce não jogou ficou apenas sentado, me observando. Enquanto isso, eu afastava as pessoas que queriam autógrafos, como um guarda-costas improvisado.

Na hora de ir embora, ele deu alguns passos, virou-se, me olhou… sorriu como se quisesse dizer algo mais, mas não disse nada. Apenas sorriu.

Pouco tempo depois, veio a notícia de sua m0rte. Foi um choque profundo. Foi assim que conheci Bruce Lee. E é assim que essa memória permanece… intacta, depois de tantos anos.”

Jackie Chan, relembrando seu encontro com o maior dragão de todos os tempos.