Estudo sobre o livro de Mateus: capítulo 24

 



O Discurso Profético sobre o Fim dos Tempos

O capítulo 24 do Evangelho de Mateus é conhecido como o "Discurso do Monte das Oliveiras", onde Jesus responde às perguntas de seus discípulos sobre a destruição do templo e os sinais da Sua vinda e do fim dos tempos. Este capítulo é denso em profecias e admoestações, oferecendo discernimento sobre o futuro e exortando os seguidores de Cristo à vigilância e perseverança.

A Pergunta dos Discípulos (Mateus 24:1-3)

Contexto: Jesus havia acabado de deixar o templo, declarando sua desolação (Mateus 23:38-39). Impressionados pela grandiosidade da construção, os discípulos chamam a atenção de Jesus para ela.

A Narrativa:

Jesus responde: "Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada." (v. 2).

Mais tarde, assentado no Monte das Oliveiras, os discípulos se aproximam em particular e perguntam: "Dize-nos, quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua vinda e da consumação do século?" (v. 3).

O Significado:

A profecia de Jesus sobre a destruição do templo se cumpriu em 70 d.C., quando os romanos o destruíram completamente.

A pergunta dos discípulos revela a conexão que faziam entre a destruição do templo, a vinda de Jesus e o fim dos tempos. O discurso de Jesus abordará essas três questões interligadas.

Sinais Preliminares: Engano, Guerras, Fomes e Terremotos (Mateus 24:4-8)

A Narrativa:

Jesus começa alertando sobre o engano: "Vede que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos." (vv. 4-5).

Ele continua descrevendo outros sinais: "Ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede que não vos perturbeis, porque preciso é que tudo isto aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares. Ora, tudo isto é o princípio das dores." (vv. 6-8).   

O Significado:

Jesus adverte seus seguidores a discernirem os falsos messias e profetas que surgiriam, aproveitando-se da expectativa messiânica.

Guerras, fomes e terremotos são apresentados como sinais do início de um período de tribulação, mas não o sinal imediato do fim. Eles são as "dores de parto" que precedem o nascimento de uma nova era.

Perseguição e Apostasia (Mateus 24:9-14)

A Narrativa:

Jesus prevê a perseguição de seus seguidores: "Então vos entregarão à tribulação e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome." (v. 9).

Ele também fala sobre a apostasia e a traição: "Nesse tempo, muitos tropeçarão, e se trairão uns aos outros, e se odiarão mutuamente. E muitos falsos profetas se levantarão e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará." (vv. 10-12).

Contudo, Jesus oferece uma promessa de perseverança e a importância da pregação do Evangelho: "Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim." (vv. 13-14).   

O Significado:

A perseguição é uma realidade para os seguidores de Jesus ao longo da história. A fidelidade a Cristo pode levar à oposição e sofrimento.

A apostasia e a traição dentro da comunidade cristã são desafios que surgiriam. O esfriamento do amor é uma consequência da crescente maldade.

A perseverança na fé, mesmo em meio à tribulação, é essencial para a salvação. A pregação do Evangelho a todas as nações é um sinal que precede o fim.

A Grande Tribulação (Mateus 24:15-28)

A Narrativa:

Jesus fala sobre um evento específico: "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, entenda)," (v. 15).   

Ele exorta à fuga imediata: "então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; o que estiver sobre o telhado não desça para tirar alguma coisa de sua casa; e o que estiver no campo não volte atrás para tomar a sua capa. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!" (vv. 16-19).

Jesus descreve um período de sofrimento intenso: "Porque haverá então uma grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá." (v. 21).

Ele adverte novamente contra os falsos cristos e falsos profetas que realizarão sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos (vv. 23-26).

A vinda do Filho do Homem será inconfundível: "Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem." (v. 27).

O Significado:

A "abominação da desolação" é uma referência a um evento profetizado por Daniel (Daniel 9:27; 11:31; 12:11), interpretado de diversas maneiras ao longo da história, mas geralmente associado a uma profanação do templo.

A urgência da fuga enfatiza a severidade da tribulação.

A Grande Tribulação é um período único de sofrimento sem precedentes.

Os sinais realizados por falsos cristos e profetas visam desviar os crentes da verdade.

A vinda de Jesus será um evento público e inegável, como um relâmpago que ilumina todo o céu.

Os Sinais Cósmicos e a Vinda do Filho do Homem (Mateus 24:29-31)

A Narrativa:

Jesus descreve sinais celestiais que precederão Sua vinda: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua claridade, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas." (v. 29).

Então, o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória (v. 30).   

Ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, e eles ajuntarão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma extremidade do céu à outra (v. 31).

O Significado:

Os sinais cósmicos indicam uma perturbação da ordem natural e assinalam a iminência da vinda de Jesus.

A aparição do "sinal do Filho do Homem" é um mistério, mas precede a Sua manifestação gloriosa.

A vinda de Jesus sobre as nuvens com poder e grande glória será um evento universal e visível a todos.

Os anjos reunirão os eleitos de todas as partes da terra, marcando o ajuntamento final dos crentes.

A Parábola da Figueira (Mateus 24:32-35)

A Narrativa:

Jesus usa a parábola da figueira para ensinar sobre a proximidade dos eventos: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas." (vv. 32-33).   

Ele afirma a certeza de Suas palavras: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar." (vv. 34-35).   

O Significado:

Assim como os brotos da figueira indicam a proximidade do verão, os sinais descritos por Jesus apontam para a proximidade de Sua vinda.

A frase "não passará esta geração" é um ponto de debate entre os estudiosos. Algumas interpretações sugerem que se refere à geração que presenciaria os sinais iniciais, especialmente a destruição de Jerusalém. Outras entendem que se refere à "raça" de Israel que testemunharia todos os eventos finais. A certeza das palavras de Jesus, em contraste com a transitoriedade do céu e da terra, é enfatizada.

A Incerteza do Dia e da Hora (Mateus 24:36-44)

A Narrativa:

Jesus declara a incognoscibilidade do momento exato: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai." (v. 36).

Ele compara os dias da Sua vinda aos dias de Noé: as pessoas estavam despreocupadas até que o dilúvio veio e as levou a todas (vv. 37-39).

Jesus exorta à vigilância: "Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada a outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor." (vv. 40-42).   

Ele usa a analogia do ladrão: se o dono da casa soubesse a que hora o ladrão viria, vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Portanto, os discípulos também devem estar preparados, pois o Filho do Homem virá numa hora em que não esperam (vv. 43-44).

O Significado:

O momento exato da vinda de Jesus é conhecido apenas por Deus Pai.

A comparação com os dias de Noé ilustra a despreocupação e a falta de preparo do mundo antes do juízo.

A exortação à vigilância é um tema central do discurso. Os crentes devem viver em constante expectativa da vinda do Senhor, pois ela ocorrerá de forma inesperada.

A analogia do ladrão reforça a necessidade de estar sempre preparado espiritualmente.

A Parábola do Servo Fiel e do Servo Mau (Mateus 24:45-51)

A Narrativa:

Jesus apresenta uma parábola sobre um servo a quem o senhor confiou a responsabilidade de cuidar dos outros servos, dando-lhes alimento no tempo devido.

Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens (vv. 45-47).

Mas, se aquele servo mau disser no seu coração: Meu senhor tarda em vir, e começar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com os ébrios, virá o senhor daquele servo num dia em que não o espera e numa hora em que não sabe, e castigá-lo-á, separando-o dos infiéis; ali haverá pranto e ranger de dentes (vv. 48-51).

O Significado:

Esta parábola adverte contra a negligência e o abuso de autoridade por parte dos líderes e servos de Deus enquanto esperam a vinda do Senhor.

O servo fiel é recompensado por sua diligência e cuidado com o rebanho.

O servo mau, que se torna negligente e opressor por acreditar na demora da vinda do Senhor, será julgado severamente.

A parábola enfatiza a importância da fidelidade e da responsabilidade na ausência do Senhor.

Conclusão:

Mateus 24 oferece uma visão panorâmica dos eventos que precederão a vinda de Jesus e o fim dos tempos. Embora alguns detalhes proféticos sejam complexos e sujeitos a diferentes interpretações, as principais mensagens são claras:

Vigilância: Os seguidores de Cristo devem estar sempre alertas e preparados para a Sua vinda.

Discernimento: É crucial distinguir entre os verdadeiros sinais e os enganos dos falsos profetas.

Perseverança: A fé deve ser mantida firme em meio à tribulação e à apostasia.

Fidelidade: Os servos de Deus devem cumprir suas responsabilidades com diligência e amor.

Certeza da Vinda: Apesar da incerteza do tempo exato, a vinda de Jesus é uma promessa segura.

Ao estudar Mateus 24, somos chamados a viver em expectativa, focados na fidelidade a Cristo e na proclamação do Evangelho, enquanto aguardamos o cumprimento final de todas as coisas.

Este artigo foi baseado na versão Almeida Corrigida e Fiel (ACF). Para ler o capítulo completo, acesse:

https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/24

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