Estudo sobre o livro de Mateus: capítulo 20

 

Mateus 20: Os Últimos Serão Primeiros – Justiça e Graça no Reino de Deus

O capítulo 20 do Evangelho de Mateus apresenta ensinamentos profundos sobre a generosidade de Deus, a natureza do serviço cristão e o caminho da humildade. Jesus usa parábolas e situações reais para contrastar os valores do Reino de Deus com a mentalidade humana, especialmente no que diz respeito a recompensas, status e sacrifício.

1. A Parábola dos Trabalhadores na Vinha (Mateus 20:1-16)

Contexto: No final do capítulo 19, Pedro pergunta a Jesus: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos?" (Mateus 19:27). No capítulo 20, Jesus responde com uma parábola que desafia a noção humana de justiça.

A Narrativa:

- Um dono de vinha contrata trabalhadores em diferentes horários:  

  - De manhã cedo (pela jornada completa, combinando um denário).  

  - Ao longo do dia (sem acordo fixo).  

  - Na última hora (perto do pôr do sol).  

- No final, todos recebem o mesmo salário (um denário), causando murmuração entre os que trabalharam o dia todo.

O Ensino Principal:

- A graça de Deus não segue a lógica humana – Ele é generoso mesmo com os que chegam "tarde".  

- O Reino de Deus não opera por mérito, mas por misericórdia (v. 15: "Não me é lícito fazer o que quero do que é meu?").  

- A inveja espiritual é um perigo – Os primeiros trabalhadores se irritam não porque foram injustiçados, mas porque outros receberam a mesma bênção.

> "Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos." (Mateus 20:16)

2. Jesus Anuncia Sua Morte e Ressurreição (Mateus 20:17-19)

Pela terceira vez, Jesus prediz detalhadamente Sua crucificação e ressurreição (cf. Mateus 16:21; 17:22-23). Desta vez, Ele menciona:

- A traição aos sacerdotes e escribas (v. 18).  

- A condenação pelos romanos (v. 19).  

- A ressurreição ao terceiro dia (v. 19).  

Por que essa repetição?  

- Os discípulos ainda não entendiam plenamente o plano de Deus (cf. Lucas 18:34).  

- Jesus os preparava para o sofrimento que viria, mostrando que Seu sacrifício era voluntário e necessário.

3. O Pedido de Tiago e João (Mateus 20:20-28)

A mãe de Tiago e João (Salomé, cf. Mateus 27:56) pede que seus filhos se assentem à direita e à esquerda de Jesus no Reino.  

A Resposta de Jesus:

1. "Não sabeis o que pedis" (v. 22) – Eles não entendiam que glória no Reino vem através de sofrimento (Jesus pergunta se estão dispostos a beber do mesmo cálice dEle).  

2. Os outros discípulos ficam indignados (v. 24), revelando que também buscavam status.  

3. Jesus redefine grandeza:  

   - "Quem quiser ser grande, seja vosso servo." (v. 26)  

   - "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir." (v. 28)  

Princípio eterno: Liderança no Reino de Deus é serviço, não domínio.

4. A Cura de Dois Cegos em Jericó (Mateus 20:29-34)

Enquanto Jesus segue para Jerusalém, dois cegos clamam: "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!" (v. 30).  

Lições:

- Persistência na fé: A multidão os repreende, mas eles clamam ainda mais (v. 31).  

- A compaixão de Jesus: Ele para, pergunta o que querem e os cura (v. 32-34).  

- Contraste com a ambição dos discípulos: Enquanto eles discutem sobre grandeza, Jesus demonstra serviço prático.  

Conclusão: Os Três Grandes Ensinos de Mateus 20

1. Deus é dono da Sua graça (Parábola dos Trabalhadores).  

2. Grandeza no Reino vem pelo serviço (Pedido de Tiago e João).  

3. O caminho da glória passa pela cruz (Terceira Anunciação da Paixão).  

Aplicação:  

- Evite comparações – Deus abençoa quem Ele quer, como quer.  

- Sirva, não busque status – A verdadeira liderança é humilde.  

- Clame a Jesus com fé – Como os cegos, insista em buscar Sua misericórdia.  

> "Quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso servo." (Mateus 20:27)  

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Mateus 20

1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

2 E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.

3 E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça,

4 E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

5 Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

6 E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

7 Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Disse-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.

8 E, aproximando-se a noite, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos derradeiros, até aos primeiros.

9 E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um.

10 Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um.

11 E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família,

12 Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.

13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro?

14 Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.

15 Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

16 Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

17 E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou à parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes:

18 Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.

19 E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.

20 Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido.

21 E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.

22 Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos.

23 E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado.

24 E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos.

25 Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.

26 Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;

27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;

28 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

29 E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão.

30 E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!

31 E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!

32 E Jesus, parando, chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça?

33 Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.

34 Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo seus olhos viram; e eles o seguiram.

Este artigo foi baseado na versão Almeida Corrigida e Fiel (ACF). Para ler o capítulo completo, acesse: 

https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/20

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